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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Angra dos Reis / RJ: Confira como foi a Roda de Conversa com refugiado sírio.



Ontem aconteceu no Museu de Arte Sacra, no Largo da Lapa, no Centro de Angra dos Reis / RJ, uma roda de conversa com Khaled Arabi. 

Khaled Arabi, 28 anos, tem doutorado em Administração e é refugiado da Síria. O país está vivendo constantes guerras e ataques terroristas do Estado Islâmico. Ele contou sua história, sobre a cultura e seu caminho até chegar a Angra dos Reis. 

Na Síria.

De religião muçulmana, Khaled e sua família residia na Síria, onde viviam bem. Sua família era composta de três irmãos (sendo um deles com duas filhas) e sua esposa (chamada Rim). Antes da guerra, sua família possuía várias lojas e muitos terrenos. Lá possui uma igreja cristã para todas as denominações cristãs (ele o chama de Christan). Para os muçulmanos, toda a Igreja é a casa de Deus. Um de seus irmãos estava rezando quando uma bomba caiu na mesquita e ele morreu. 
CULTURA: No seu país os costumes são diferentes na qual estamos acostumados. Lá algumas questões funcionam da seguinte forma: No assunto drogas, se a pessoa for pega com até 10 gramas, leva três anos de prisão por cada grama e se for pega com mais de dez gramas é pena de morte. Sobre fofoca: se alguém falar que alguém está se prostituindo, essa pessoa tem que provar levando sete testemunhas para provar a sua versão, senão sua língua é cortada. Ladrão: se roubou, corta a mão.
Um outro costume é que a pessoa não deve oferecer algo, tem que pegar e dar. Quando a pessoa oferece é porque ela não quer dar.
Na cultura deles, se a pessoa acredita em Deus, em Jesus e em Santo (não como modelo), a pessoa é muçulmana. Falou um pouquinho sobre Mohamed.

Dubai e Turquia.

Foi para Dubai para estudar.  Diante das constantes e tensas guerras, passou pela Turquia, na qual foi ao consulado e pagou vinte dólares para fazer o visto.

Brasil.

Chegou em Guarulhos / SP. Não sabia falar o português, foi aprendendo com o tempo. Nesse primeiro momento veio sozinho. Ficou três dias morando na rua. Tinha 300 dólares, na qual teve que trocar por reais, pois não aceitavam dólar nos locais onde ele ia comprar algo. A troca foi desfavorável, pois, segundo ele, foi feita a troca dessa quantia por 250 reais. Depois ficou num abrigo para moradores de rua, na qual teve um tratamento diferenciado. Seguindo sua vida, trabalhou em um local onde tinha a garantia de ganhar 2.500 reais por mês, só que ficou três meses sem receber. Daí, surgiu a oportunidade, através de amigos que fez aqui, de trabalhar como caseiro na Ilha Grande, em Angra dos Reis / RJ. Nessa ocasião, já estava com sua esposa. Daí foi trabalhar ganhando os dois (ele e a esposa), a quantia de 800 reais. Só que o patrão não gostou de seus serviços e pediu para que ele retirasse do local em uma semana e foi o que fez. Foi morar na Sapinhatuba 2 (Angra). Ele tinha que trabalhar, pois era ele e a esposa que estava grávida, foi deixando currículo em vários lugares, mas ninguém o chamava. Diante disso, começou a vender comidas árabes na Rua do Comércio, no Centro de Angra.  O pessoal do Assad (Japuíba, também em Angra) o ajudou bastante e aí saiu da casa da Sapinhatuba para morar na Japuíba e hoje possui um carrinho de vendas no Cais de Santa Luzia, no Centro de Angra dos Reis. 
Ele conta também que em Angra possui somente quatro muçulmanos de origem e que o árabe do Brasil não ajuda outro árabe e que aqui tem 9 mil refugiados.

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