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terça-feira, 16 de julho de 2013

CULTURA INDÍGENA DE ANGRA DOS REIS / RJ: A MORTE


MORTE
Diante da morte, o Guarani tem 3 atitudes: um grande medo dos falecidos, uma conformidade perante a morte e um profundo desejo de chegar à Terra sem males. Esse medo da morte, que ao mesmo tempo se mistura a um desejo de alcançá-la, pode parecer contraditório, mas o é, apenas aparente. O medo que tem, não é da morte, mas do falecido, ou melhor, da alma que saiu do corpo, a anguêry.
Segundo o Guarani, temos 3 almas: a nhe’enguê ou nhe’em, a alma boa, espiritual, que vai para o Além quando a pessoa morre, não afetando os vivos; a anguêry, a alma animal, responsável pelas más inclinações e que fica na Terra por um tempo depois da morte, assombrando os vivos; a avyu-kuê, a sombra, uma cópia imperfeita da pessoa, permanecendo nos ares e não incomodando ninguém. A doença é a ausência temporária da nhe’em, da alma boa. A morte é a saída definitiva dessa alma. O sonho é a saída nhe’em para esse outro mundo.
Por isso, os sonhos têm tanta credibilidade, pois são como a mensagem que a alma recebeu dos outros espíritos. Após a morte, a alma boa sai imediatamente, enquanto a alma animal fica vagando próximo ao cemitério por longo tempo, podendo causar mal as pessoas. Por isso, os cemitérios e as antigas aldeias, onde há pessoas enterradas, devem ser evitados, pois são locais onde esses espíritos estão presentes. O lugar onde ocorreu uma morte súbita ou violenta é temido, porque o nhe’em do falecido fica vagando por ali, pois não teve tempo para se preparar para sair do corpo.

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