CONTINUANDO A SÉRIE DE POSTAGENS SOBRE A CAPOEIRAGEM NA BAHIA, HOJE VAMOS VER QUEM TOLERAVA A CAPOEIRA NA ÉPOCA DA ESCRAVIDÃO, A VADIAGEM E O BERIMBAU.
CAPOEIRAGEM NA BAHIA (PARTE 02)
AS AUTORIDADES DO GOVERNO, O CAPITÃO-DO-MATO E O FEITOR TOLERAVA O JOGO DE CORPO. JÁ OS PATRÕES TEMIAM A FORMAÇÃO DE UMA IDENTIDADE ÉTNICA E DE QUE IRIA GERMINAR REVOLTA E DESEJO DE LIBERDADE.
O SONHO DO NEGRO ERA SE TORNAR UM QUILOMBOLA.
"O CAPOEIRISTA É MESMO QUE GATO." (Mestre Gerson Quadrado)
A VADIAGEM NÃO REPRESENTAVA UM ENFEITE DE SIMPATIA OU DE AGRADO, MAS SIM UMA FORÇA ATIVADORA DE ENERGIA.
"DE VEZ EM QUANDO HAVIA DISPUTA. OS CAPOEIRISTAS ERAM ESPANCADOS. O CANDOMBLÉ ERA ARREBENTADO. ESSES HOMENS DO POVO ERAM VISTOS PELA ELITE, PELA SOCIEDADE DOMINANTE, COMO GENTE DE TERCEIRA CLASSE. TODOS ELES TINHAM SÍMBOLO DE GUERREIRO (...) A CAPOEIRA É UMA DANÇA, É UMA COISA CRIATIVA: O ENTROSAMENTO DAS FIGURAS, UM JOGA BAIXO, OUTRO JOGA ALTO, PRA MIM É UMA ESCULTURA VIVA. HOJE MOÇOILAS FAZENDO CAPOEIRA É CHIQUE. HÁ 50 ANOS ATRÁS ERA COISA DE MOLEQUE, VAGABUNDO." (Mestre Gravo Jr - escultor)
"O BERIMBAU ERA USADO NA ÁFRICA PARA OUTROS TIPOS DE RITUAIS. ERA USADO PARA PESSOAS IREM CAÇAR, EM PARTES FÚNEBRES. O RITMO É O MESTRE DE CAPOEIRA. COMO O BERIMBAU COMANDA O RITMO, O BERIMBAU PASSA A SER O MESTRE. ANTES ERA O TAMBOR QUE COMANDAVA O RITMO, ENTÃO O TAMBOR ERA O MESTRE DE CAPOEIRA, ASSIM COMO NO CANDOMBLÉ." (Mestre Cobra Mansa).